por ADAMPMSP

QUEM SOMOS

A Prefeitura de São Paulo decidiu criar em 1980, um quadro de especialistas que trouxessem para a Administração Municipal, naquele momento, o desenvolvimento, a modernização, a descentralização, tão comentada, na época no país, para o serviço público municipal.

Paulo Rubens de Moraes Lacerda, chefe de gabinete na época, idealizou o concurso: queria profissionais especiais, com técnicas  novas e experimentais, com  saber para  dar o pulo do gato, como disse durante muitos e muitos José Paulo de Andrade e tirar a administração municipal daquela trava, que a fez parar no tempo, em termos de técnicas de administração e adequá-la para propiciar a qualidade dos serviços prestados à população da cidade de São Paulo. Foram criados  em 1974, 15 Cargos de Técnicos de Administração, referência 21. O nível universitário era referência 22. Mas tínhamos o “Técnico” no nome. Aqui já se iniciava  uma grande luta. Depois foi criado mais um cargo na Secretaria da Saúde.

A seleção foi dura: pela primeira vez no serviço público municipal, feita em fases: escrita, oral e psicológica: com técnicas individuais e em grupo, que foram aplicadas, por  profissionais contratados para este finalidade.

Segundo Paulo Rubens: queria o melhor dos melhores profissionais disponíveis no mercado.

E, foram selecionados, 16 profissionais: Técnicos de Administração que, inicialmente, ficaram em um andar, da Avenida Prestes Maia, com reuniões diárias com chefe de gabinete, Secretário da Administração e Diretores, para conhecerem a Secretaria, suas atividades e seus entraves e propor as soluções para adequação e transformação da gerência dos serviços públicos municipais.

Assim, começou o trabalho dos Administradores Municipais na Prefeitura de São Paulo. Foi decidido que o trabalho seria feito em duplas. Teríamos parceiros!

Então vejam a modernização já implantada, ou seja, passos a frente do tempo: a parceria que hoje é essencial para as empresas e pequenos e grandes negócios, já de imediato, implantada em outra escala, já  início  da década   de 80.

E assim aconteceu. Por exemplo, nossa dupla, ficou responsável  junto com uma das melhores bibliotecárias deste país: Laura Russo, que era Diretora do Departamento do Expediente e, dos arquivos municipais, para modernizar os mesmos e digitalizá-los. Na, ocasião éramos obrigados a usar, muito álcool, sabonete e máscaras, para ficarmos longe dos minúsculos que habitam os papéis velhos e antigos, e que tantas doenças ocasionam a pele e ao individuo. Encantei-me na época com as plantas de nossos melhores arquitetos de nomes internacionalmente conhecidos e que são verdadeiras obras de arte, como a Estação da Luz, Colônia dos Ingleses e muitas outras.

Nova época se iniciava na administração municipal, um grande movimento, com profissionais competentes, com visão moderna e que tinham o objetivo único de mostrar  todos os servidores municipais que tinham este mesmo ideal e que podiam   implantar serviços únicos nesta cidade. Logo  foi idealizado, com grandes nomes municipais, um Congresso, no Anhembi, durante uma semana, para discutir e mostrar o que tinha de melhor na administração municipal, como por exemplo: a Onda Verde. Ou seja,  os sinais sincronizados, implantados por técnicos municipais e que a França veio conferir e acabaram implantando por lá. Foi uma grande e inédita amostra dos serviços municipais. Este município, sempre teve e contou com profissionais de ponta!

Implantamos a estrutura matricial, técnica utilizada pela NASA, quando o homem chegou a lua, que envolvia equipe multidisciplinar, que foi  levada  para as Secretarias Municipais, a convite dos Secretários Municipais da época como Ricardo Izar, Werther Krause e outros.

E, assim os Administradores foram reformular o DECOPE ( Departamento de Controle de Pessoal); outros foram para DESEPE ( Departamento de Desenvolvimento de Pessoal); outros para EXP. ,  alguns ocupando cargos de direção ou assessoria e alguns já  foram para outras Secretarias Municipais. Alguns ficaram lotados no gabinete do Secretário, a fim de desenvolverem a racionalização dos processos. A equipe buscou informações nas várias áreas do município, analisando processo por processo e elaborando os respectivos fluxogramas, reduziu o tempo do início da solicitação até a decisão final, de seis para um mês em diversos assuntos. Através da Lei n° 9.417 de 05 de janeiro de 1982, foi reorganizado o DECOPE e criado o DEMED ( Departamento Médico) e mais 60 cargos de provimento por Administradores, inclusive os dois  primeiros, para Diretores de Departamentos. Mais uma luta vencida, pelos Administradores.

Na gestão  Dr. João Lopes Guimarães, chegou uma série de administradores de renome nacional, que estavam no Conselho Federal de Administração, entre eles, a mais batalhadora  de nossa profissão: Maria Vera Novaes Leme. À quem sempre rendo minhas homenagens e deixo a gratidão de todos os Administradores!

A profissão de Administrador surgiu no Brasil, através da Lei n° 4769 de 09 de setembro de 1965, tendo sido regulamentada, através do Decreto n° 61.934 de 22 de Dezembro de 1967. Até o início de junho de 1985, o profissional de Administração era denominado de Técnico de Administração.

Prof. Belmiro, Maria Vera e outros integrantes do Conselho Federal e também, Administradores lutavam junto ao Ministério do Trabalho para mudar o nome de Técnico de Administração para Administrador Profissional. Aqui um destaque para Professor Belmiro Siqueira, que sempre que nos encontrávamos, por este Brasil,  falava: “Administradora: temos que nos fazer representar na Prefeitura de São Paulo. Temos que ter um órgão da classe.”

Viajaram o Brasil todo, fazendo um trabalho junto aos Secretários Estaduais e Governadores, para discutir e mostrar a necessidade de nossa profissão e para estabelecer a força suficiente para mudar a legislação e ter os Administradores no quadro de funcionários de todos os Estados Brasileiros. A luta foi incorporada e assimilada pelos Estados Brasileiros  e  foi aprovada a Lei 7.321 de 13 de junho de 1985:  ADMINISTRADOR.  Portanto: Luta vencida.

E, neste momento já estávamos pensando, em razão desta luta toda e de várias reuniões já realizadas com os Administradores Municipais  e participações em congressos: no Rio, na Bahia e em outros lugares, junto com o Conselho Federal,   que  precisávamos nos fazer representar através de uma Associação, inclusive para mudar a legislação e adaptar o nome do cargo. Na Prefeitura éramos Técnicos de Administração. Uma coisa óbvia, que a própria administração deveria reformular e adequar automaticamente, mas que exigiu uma grande luta, de todos os Administradores, na época.

E, após várias e várias reuniões, muitas noites de trabalho, a maioria  delas, no auditório da Secretaria Municipal da Administração, na Alameda Santos, foi criada a Associação dos Administradores Municipais, em 23 de fevereiro de 1984, com sua primeira Diretoria Executiva:

PRESIDENTE: Sílvia Inêz Machado

VICE- PRESIDENTE: José Antonio Pancich Faller

1° SECRETÁRIO: Raphael J. Mathias

2° SECRETÁRIO: Justino Alvares Neto

1ª TESOUREIRA: Regina Serra

2ª TESOUREIRA: Vera Lucia T. Jacob

DIRETOR ADMINISTRATIVO:  Gilmar de Mello Pereira

Aproveito para homenagear o  Administrador Caetano da Hora Pereira, primeiro Presidente do Conselho Deliberativo, que já nos deixou e era um exemplo de delicadeza, participação e compreensão. E homenageio também, todos os membros do Conselho Deliberativo e Conselho Fiscal. 

 E uma grande  luta foi instalada, junto a Administração Municipal  e a Câmara Municipal de São Paulo, para alteração da denominação dos cargos de Técnico de Administração, que conseguimos através da Lei n° 9992, de 31 de outubro de 1985 e também mais batalhas,  para implantação da carreira dos Administradores neste município e lutas para conseguir cargos com provimentos para administradores nas unidades municipais. E, muitas outras lutas e batalhas, que foram empreendidas, na defesa do Administrador.

Realizamos  vários Seminários e Palestras, de 1985 a 1994, com nomes de expressão nacional, que trouxeram destaque para a classe, e, prestigiaram, sempre que convidados, como Guilherme Afif Domingos, Prof.  Belmiro Siqueira,  Caio Cardoso de Almeida, presidente da Associação Comercial, Ercília Pires de Paula Faria Cardoso de Almeida,( emérita parceira, que nos colocava dentro dos gabinetes dos prefeitos, quando precisávamos discutir sobre a profissão, algumas vezes, em horários diversos, como, 22h00 ou 23h00) Vereadores,  e os Secretários Municipais da época. Principais Eventos: I -O Papel do Administrador no Serviço Público; II- O Administrador x Administração Pública x Constituinte; III-  O Administrador Frente aos Novos Sistemas; e, IV – O Administrador e as Novas Tendências da Administração Pública.

Em 1994, tentamos, lutamos e batalhamos para criar a Coordenadoria de Administração do Município – CAM, mas não logramos êxito.

Como Técnico de Administração, não tínhamos direito ao RDPE ( Regime de Dedicação Exclusiva). A Batalha foi grande, até que após a alteração da denominação, passamos a integrar o Quadro de Cargos de Nível Superior, portanto, referência 22. Com a interferência da ADAM vários cargos de Administrador foram criados posteriormente e também, vários cargos em comissão que tiveram em seus provimentos, a exigência de nomeação por cargos da Carreira de Administrador, em torno de mais de  200 cargos, abrangendo estes provimentos e ampliação da carreira.

No momento, após 36 anos, permito-me, não mencionar nomes dos companheiros, por não ter o nome de todos em mãos, e, jamais me permitiria cometer tamanha falha, injustiça e indelicadeza, citando apenas alguns,  que além da primeira  Diretoria estiveram conosco nesta luta toda, em  muitas reuniões, em muitos plantões na Câmara Municipal de São Paulo e em vários Gabinetes de prefeitos e outras autoridades, que na época tinham o poder e poderiam influenciar nas mudanças por nós, administradores,  sonhadas e pretendidas. Meus agradecimentos à todos vocês, meus parceiros, em tantos momentos críticos, difíceis ou felizes. Até, quando em função de defender os direitos profissionais e humanos de administradores, fui exilada no Tribunal Regional do Butantã. Gratidão aos apoios importantes recebido, na época, de Dr. João Lopes Guimarães e João Primo. Este foi o primeiro, exílio. O segundo vou pular, em respeito aos Administradores, que honram e enaltecem a nossa profissão.

Mas, com a licença de todos os companheiros Administradores, que passaram no primeiro concurso publico, com 16 cargos na época, e ao mesmo tempo,  homenageando a todos estes  Administradores, que sempre estiveram e lutaram conosco,  registro minha gratidão eterna à JOSÉ ANTONIO PANCICH FALLER, que já nos deixou, mas, lutou bravamente, junto e ao lado de todos nós, para criação da Associação, da carreira, para mudança de nome, inclusive permanecendo em vários plantões na Câmara Municipal, ou nos gabinetes de secretários e prefeitos, quando nos revezávamos por muitos dias e noites, em grandes chás de cadeiras, aguardando sessões, ou reuniões com vereadores,  secretários ou prefeitos, que muitas vezes eram canceladas no cair ou ao fim, da noite.

Assim, iniciou-se nossa carreira na Prefeitura Municipal de São Paulo e a Associação dos Administradores Municipais.

Sílvia Inêz Machado

1º Presidente – ADAM